Custom Agents na Era do GPT-5 – Parte 2

Chris Moraes
24 de ago.
2 min de leitura

Transparência e confiança: o segredo dos agentes que explicam suas ações

Na Parte 1 da série, vimos como calibrar a autonomia dos agentes no GPT-5: decidir quando eles devem agir sozinhos e quando precisam esperar pelo humano.

Mas autonomia só funciona bem quando acompanhada de transparência.Usuários confiam mais em agentes que explicam o que estão fazendo, passo a passo, em vez de agir como uma “caixa-preta”.

Nesta segunda parte, vamos falar sobre:

O que são tool preambles no GPT-5.
Por que transparência aumenta a confiança dos usuários.
Como estruturar prompts para agentes mais claros e previsíveis.
Exemplos práticos em diferentes áreas.

O problema da “caixa-preta”

Um dos maiores receios com IA é não entender como ela chegou a determinada resposta. Se o agente simplesmente retorna um resultado sem contexto, o usuário pode sentir:

Desconfiança (“será que isso está certo?”).
Insegurança (“o que esse agente fez enquanto estava processando?”).
Resistência em adotar a solução (“melhor eu fazer manualmente”).

O GPT-5 foi treinado para reduzir esse problema com um recurso chamado tool preambles.

O que são Tool Preambles?

Tool preambles são mensagens iniciais e atualizações narradas pelo agente antes e durante o uso de ferramentas.

Na prática, o agente não apenas executa, mas também explica:

Reformula o objetivo do usuário em linguagem clara.
Apresenta um plano de ação em etapas.
Narra o progresso enquanto executa (ex.: “agora estou consultando os principais domínios de backlink”).
Resume o que foi feito ao finalizar.

Essa estrutura transforma a experiência em algo interativo e transparente.

Como usar Tool Preambles em prompts

Você pode inserir instruções explícitas no DNA do seu agente:

Esse simples ajuste no prompt aumenta muito a clareza percebida pelo usuário.

Exemplos práticos de transparência

Marketing DigitalUm agente de SEO que antes de analisar concorrentes diga:“Você pediu uma análise de backlinks. Primeiro vou identificar os principais domínios, depois comparo com sua base atual e, por fim, trago recomendações práticas.”

Engenharia de SoftwareUm agente interno que, ao editar código, explique:“Estou alterando o arquivo auth.js para corrigir a validação de login. Em seguida, rodarei testes automatizados para garantir que não quebre outras partes do sistema.”

Atendimento ao ClienteUm agente financeiro que, antes de atualizar um pagamento, avise:“Vou confirmar o status do pedido, verificar o método de pagamento registrado e depois aplicar a alteração solicitada.”

Benefícios para o negócio

Implementar transparência nos custom agents traz ganhos imediatos:

Aumenta a confiança dos usuários.
Facilita a auditoria de processos internos.
Reduz retrabalho porque o cliente sabe exatamente o que foi feito.
Cria previsibilidade, essencial em áreas sensíveis como saúde e finanças.

Conclusão

Um agente autônomo só é realmente eficaz quando também é confiável.E confiança nasce da transparência: explicar, planejar e narrar o que está sendo feito.

👉 No próximo artigo da série, vamos explorar como os agentes podem aprender com os próprios prompts (metaprompting) e evoluir continuamente, sem depender apenas da intervenção humana.